terça-feira, 20 de julho de 2010

“Da Mão Para a Boca”

Não estava fácil a escolha do tema para o texto desta semana! (Tenho tantas coisas sobre as quais me apetece escrever…). O tema livros é sempre um bom tema. Recentemente andei de novo pelas feiras do livro. Grande perigo€! Este ano andei duas vezes na Feira do Livro de Coimbra, passei pela Feira do Livro de Braga (infelizmente não a visitei por falta de tempo), fui um dia à Feira do Livro de Lisboa e passei muito rapidamente pela Feira do Livro do Porto.

O objectivo do ano é muito ambicioso: ler 40 livros. (Até ao momento apenas li 10 livros e por isso este Verão promete!). Nesta primeira metade do ano os meus livros sofreram com a “concorrência desleal”: demasiadas horas passadas na estrada, imperdiveis jogos de futebol, trabalhos de casa de alemão, preparação de aulas, etc., etc., etc.. Pelo menos gostava de conseguir ler este ano mais livros do que li no ano passado: 27 (já pareço muitas outras pessoas deste pais que trabalham para alegrar estatísticas!!!). Se passar a ler apenas livros com 20 páginas vou melhorar bastante os números. Melhor, vou começar a comprar livros á página. Já me imagino a dizer: “Queria 10 páginas do livro azul, 5 páginas do livro amarelo e 25 páginas do livro verde, por favor. Quanto é?”. Não se espantem se, dentro de umas semanas, numa visita a uma qualquer praia deste lindo pais me encontrarem, na areia, com uma estante de livros ao lado! Não, não preciso de tratamento. Sou, simplesmente, “louca por livros”. Quando, em criança, os meus Pais me deram o primeiro livro não sonhariam as consequências desse gesto…

Não posso (nem devo) terminar este texto sem falar de um dos meus livros do ano: “Da Mão Para a Boca” é (mais) um maravilhoso livro do escritor Paul Auster. Descreve um sonho que também é meu (mais um!): ser alimentada pela minha mão esquerda. O que significa isto?! Pois bem, uma coisa muito simples: conseguir alimentar-me com o dinheiro ganho a escrever (escrever). Sou (e estou) consciente que este é um sonho muito difícil mas, como não é um sonho impossível existirá enquanto eu existir… Frequentemente, nas minhas viagens, tenho que parar para escrever (tenho tanta coisa na cabeça que já não cabe lá!). É vulgar (normal?) parar nos parques das auto-estradas, ás saídas das portagens ou nas estações de serviço, e pôr a minha mão esquerda a trabalhar. Cada vez que meto a mão nos bolsos de um dos meus casacos, fico “assustada” com a quantidade de pequenos papeis, com apontamentos, que encontro. O grande desafio é, normalmente, transformá-los em textos “publicáveis” em “O Despertar”. Á semelhança do que acontece com Paul Auster também vivo o desafio de conseguir alcançar o equilíbrio entre tempo e dinheiro. Há alguns anos atrás aprendi, com o meu “Pai Holandês”, uma coisa que nunca mais esqueci: “Tempo não é dinheiro, tempo é…Vida”. Isto significa que o equilíbrio que procuro é entre Vida e Dinheiro. Mais trabalho (ou outro trabalho) significa mais dinheiro mas, significa menos tempo (e assim menos Vida). Não vale a pena ter mais dinheiro e não ter tempo para o gastar e é uma pena quando se tem tempo e não há “caroço” para o saborear. O livro “Da Mão Para a Boca” termina de uma maneira que dá que pensar: “Chegava de escrever livros por dinheiro. Chegava de me vender.” Também eu escrevo (e escreverei) para “…criar uma alternativa para ser feliz”.

Sem comentários:

Enviar um comentário