sábado, 13 de agosto de 2011

“Snu” futebolista?!

Há dias, estava eu muito tranquila sentada no Largo de S.Carlos quando, uma senhora se aproximou de mim e disse: “É muito parecida com a Snu Abecassis”. Confesso que fiquei muito surpreendida com o que ouvi. Nunca tinha pensado que poderia ser parecida com aquela simpática senhora nórdica que faleceu de forma tão trágica em Dezembro de 1980. Sorri e exclamei: “É a primeira vez que alguém me diz isso”. Aquela era uma noite de música clássica ao ar livre pois preparava-se para assistir ao primeiro dia do fantástico “Festival ao Largo”. Aquele foi um serão muito bem passado em que me encantei a escutar a maravilhosa Orquestra Gulbenkian. No dia seguinte, rendi-me e comprei a bibliografia de Snu Abecassis, editada muito recentemente. Tinha ficado com uma imensa vontade de conhecer melhor aquela senhora que um dia trocou o seu pais de origem pelo nosso, e aqui fundou uma editora. (A mana Alice também tem que ler este livro pois ao ser parecida comigo também é parecida com a Snu Abecassis).

Há menos dias, o que me aconteceu também foi muito giro. Estava eu (menos) tranquila no Centro Comercial Vasco da Gama, ali mesmo ao lado do rio Tejo, quando uma criança acompanhada da sua família (pais e irmã) veio ter comigo. “Olá”, disse. Fiquei a olhar para aquele menino e confesso que o meu primeiro pensamento foi: “É de Coimbra, é amigo da minha sobrinha pequenina e pensa que eu sou a mana Alice”. Com alguma vergonha acabei por dizer: “Devia conhecer-te, verdade?”. Desta vez foi o Pai a falar e, para minha grande surpresa, escutei: “O meu filho jogou futebol consigo no verão passado na Curia”. Meu Deus, como é possível?! Recordo-me de no ano passado ter brincado com uma criança, que estava a passar uns dias de férias com os seus avós. Aquele pequenino alentejano, que naquela altura devo ter pensado não voltaria a ver, reconheceu-me num centro comercial em Lisboa e “arrastou” a família corredor fora para me vir cumprimentar. Quando este episódio aconteceu eu estava com um colega de trabalho a quem faltou muito pouco para deixar “cair o queixo”. Despedi-me do meu pequeno “amigo” com uma promessa: “Daqui a duas semanas voltaremos a ver-nos (e a jogar futebol) na Curia”. Em jeito de despedida ainda escutei o orgulhoso pai alentejano dizer: “A senhora joga muito bem basquetebol”.

No ano passado, por causa do “peso dos anos”, já não foi possível demonstrar àquela simpática família alentejana que o que a “Snu” sempre jogou melhor foi…futebol!