quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O vestido e…os museus

Acudam-me, preciso de um vestido!
Dentro de duas semanas irei ao Casino Estoril para a Gala com a qual sonho há um ano: vou receber o diploma do meu Mestrado Executivo. Muitas cadeiras depois, chegou a hora de celebrar “em grande”.
A escolha da roupa para aquela noite já deu umas belas gargalhadas…
O plano A era utilizar um vestido daqueles que foram aos casamentos dos meus amigos, há muitos anos atrás. (As minhas “fardas”, como lhe chamava o Pai Augusto). Clarita, passaram uns anitos e já não cabes dentro de nenhum deles. As Marias e eu rimo-nos a valer quando, depois de ter entrado num dos vestidos, quase não consegui sair. O plano B era giro: pedir à mana Alice para ir receber o diploma no meu lugar. Tenho a certeza que a maior parte dos professores e dos meus colegas não notariam a diferença. Tenho a certeza que a mana Alice tem muita roupinha “à maneira” para estes momentos mais formais. Com este plano também já me ri. Clarita, és tu que tens que ir receber este prémio! O plano C é fazer um vestido novo, onde eu entre e saia sem que ninguém se rebole no chão a rir. Este vestido vai ser feito em tempo record e vai implicar a ajuda de muita gente: uma Mãe que comprará o tecido, uma modista que irá costurar em “velocidade de corrida” e uma amiga que transportará o vestido para Lisboa. No meio disto o meu corpinho irá duas vezes as Coimbra: para as medidas e para a prova. Uff!!!
Já sei que no final tudo vai correr muito bem mas, também é verdade que esta gala está marcada há muito tempo e, neste momento, já não precisava de estar a “sofrer” com a “farda”.

Antes de ter tomado a decisão de mandar fazer um vestido fui a muitas lojas procurar roupa para a festa. No último fim-de-semana fiquei em Lisboa para ir às Amoreiras e ao El Corte Inglés. Em conversa com a Mãe tinha-lhe dito: “Vou ficar em Lisboa e de certeza que encontrarei uma roupa maneirinha”. Eu não estava muito convencida do que estava a dizer e a minha Mãe também não devia estar muito convencida do que estava a ouvir. Ainda fui às Amoreiras e como não encontrei nada que me agradasse acabei por passar mais tempo em livrarias do que em lojas de roupa. Fiquei actualizada sobre as últimas novidades de livros e muito feliz por isso. Quando fui ao El Corte Inglés, estava fechado. A verdade é que se não estivesse era mais provável que de lá tivesse saído com um livro do que com qualquer nova peça de roupa. Na noite de Domingo, quando falei com a Mãe, disse-lhe: “Ainda não tenho roupa mas vi livros muito giros”. A minha Mãe, como já me conhece, limitou-se a rir. Se eu pudesse ir à festa do Casino com as minhas calças de bolsos e sapatilhas, estaria muito feliz!!! (E de vestidinho, também estarei).

Hoje, no final do trabalho, fui a um centro comercial em Oeiras. De novo, à procura de roupa. Ainda entrei numa loja e vi uns “trapos” e como já eram horas de comer interrompi a tarefa para jantar. É fácil adivinhar que no final da refeição já era tarde para andar às compras e por isso… fui a uma livraria. Ali, enquanto via alguns livros que estavam em destaque, escutei um desabafo: “Isto é a pior canalha que por cá passou. Reduziram-me a pensão, os medicamentos aumentaram e agora não posso comprar nada”. Este senhor tinha acabado de ver o preço de um livro que parecia interessar-lhe: 35€! Eu…já nem olho para os preços dos livros. Para mim as livrarias transformaram-se em museus: entro, vejo os livros e não compro nada. Como museus, as livrarias agradam-me porque não se paga nada à entrada.

sábado, 20 de novembro de 2010

A correr … e devagarinho

Ando “a correr” e estou feliz por isso. Tenho a noção de que esta frase deve parecer estranha a quem a lê mas, ela não significa o que parece. Não ando numa “lufa-lufa”. Ando, apenas, “a correr” com um fato de treino vestido e com umas sapatilhas calçadas.

Tudo começou no verão passado. Mais uma vez, nessa altura pensei: “Tenho que voltar a ter desporto na minha vida”. Estou muito orgulhosa (não sei quanto mais tempo estarei!) porque desde a paragem de verão tenho tido a motivação, a disciplina e o espírito de sacrifício necessários para conseguir um “espaço” para o desporto, nos meus dias. É giro pensar como a motivação e a disciplina têm ajudado a “aparecer” os minutos que julgava não existirem.

Nas férias corria, pelo menos, três vezes por semana e tudo começou com uma corrida de apenas (?) dois minutos e meio. Recordo, com muita vontade de rir, o primeiro dia em que corri. Depois daqueles longos dois minutos e meio tinha dúvidas se deveria simplesmente deitar-me ou, ir para o Hospital de Santa Maria. Já não me lembrava que era possível ter tanta coisa a doer ao mesmo tempo: pés, joelhos e…todos aqueles músculos que não sabia existirem. Com uma imensa vontade de rir, recordo aquele dia em que andava a correr junto do Rio Mondego e um senhor que se cruzou comigo me disse: “Grande atleta”. Quase sem conseguir respirar, eu respondi: “Já fui”.

Como não podia deixar de ser já existe um livro (uma espécie de diário) onde estão registados os meus treinos. (Hoje fiz o 33º!). Recuperei o livro que utilizava há dez anos em Barcelona e, desta vez, espero que seja para o terminar. Foi muito giro este “velhinho” livro ter-me “aparecido” à frente. O livrinho “catalão” está de volta ao activo!

Tenho corrido em diferentes “pistas de atletismo”: no Alentejo, em Espanha, em Lisboa e em Coimbra. A “pista” mais habitual é em Telheiras e tem a vantagem de ter uma tabela de basquetebol mesmo ali ao lado. É claro que no final de cada corrida a bola sai do carro e divirto-me muito a lançá-la ao cesto. Assim termina, normalmente, o treino.

A correr…e devagarinho passaram os 50 anos da união entre a Nelinha e o Quinzito Luxo. Não há dúvida que aqueles jovens de há 50 anos tinham um projecto de vida a dois, que se baseava em valores muito bonitos: Respeito, Compreensão e muita Amizade. Toda a família e amigos celebra esta bonita união e deseja que a mesma se mantenha por muitos e felizes anos. Parabéns, Tios.