segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Linguas de Gatos

Uma fresca manhã de um dia útil saborosamente acordado em Coimbra…

Neste dia tinha que ir à Cruz de Celas bem cedinho, o que é muito raro fazer em dias úteis. Muito antes de ter saído de casa já estava “assustada”: “Onde é que vou estacionar o carro?!”, pensava. Dai a pouco lá andava eu “às voltas” à procura de um lugar, à borla, para estacionar (Clarita Patinhas). Acabei por ter que me render: “Clarita, vais ter que pagar o estacionamento”. “Estão mexendo no meu bolso”, dizia “o outro”. Com alguma sorte acabei por encontrar um lugar para estacionar, muito pertinho do sítio onde queria ir mas, no meu porta-moedas apenas “vivia” uma daquelas “moedas” que não gasto para utilizar o carro do hipermercado. “Com esta moeda não me vou safar”, pensei. Como tenho verdadeiro “pânico” de multas (Clarita Patinhas), entrei “a correr” numa mercearia, mesmo ali ao lado. É claro que adorava ter apenas trocado a minha nota mas, também é claro que não me sentia bem por pedir este favor. “Vou comprar Sugus”, pensei. Esta é a guloseima da minha infância e continua a ser a minha guloseimas destes tempos mais adultos, especialmente quando me espera uma viagem de carro e estou com (algum) sono. Dentro da mercearia não encontrei o que procurava e por isso foi tempo de recorrer ao plano B: comprar um pacote de bolachas. Acabei por achar que a variedade era pouca (comparada com o que me habituei no hipermercado lisboeta que frequento) e por isso acabei por comprar umas deliciosas “Línguas de Gato”, marca Triunfo (este é um produto que não se compra em Lisboa). Estava mentalizada para ter um custo de 1,10€ na troca da minha nota (a acrescentar ao custo de 0,50€ de estacionamento). Quando fui pagar esperava-me uma surpresa: “Não tem mais pequeno?”, perguntou a senhora que me atendeu. Primeiro não percebi o que estava a dizer mas, logo de seguida tomei consciência que me estava a pedir dinheiro trocado. Aquela senhora não podia imaginar que aquela compra se destinava apenas a trocar dinheiro e que a minha necessidade de “Línguas de Gato”, àquela hora da manhã, simplesmente não existia. “Não”, acabei por responder sem nenhuma vontade de sorrir (Clarita Patinhas). Quando sai da mercearia encontrei um amigo a quem contei as minhas aventuras para estacionar o carro. Ele disse-me que às vezes também tem que consumir para poder pagar o estacionamento mas, normalmente compra uma garrafa de água. “Solução mais económica”, pensou a Clarita Patinhas.

Sonho com os tempos futuros em que já não teremos carros na cidade. Nesses tempos existirão carros ecológicos que poderemos utilizar de acordo com as nossas necessidades graças a um cartão mágico que “viverá” nos nossos porta-moedas e que terá crédito de minutos de condução. Não, não estou a delirar. Isto é o que se prevê para o futuro (muito próximo) e receio que leve à diminuição das vendas de “Línguas de Gatos”.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Parabéns, Sr. Presidente!

Este texto pretende celebrar os 50 anos da tomada de posse do Pai Augusto Correia como Presidente da Câmara Municipal de Penela. É com muita emoção e com o coração cheio de alegria(s) que partilho com os leitores do “nosso” Região do Castelo uma história (quase) politica que é, simultaneamente, um pouco (muito) da minha história…

O Convite: no final do ano de 1960 o Augusto Correia, jovem engenheiro de Podentes, foi convidado para assumir funções de presidente de câmara. Muito poucas pessoas sabem que, inicialmente, o convite foi para assumir funções em Miranda do Corvo. Á última da hora, houve uma “reviravolta”, e no dia 6 de Dezembro viria a tomar posse como Presidente da Câmara Municipal de Penela. Naquele dia o Augusto foi para a câmara municipal na companhia de dois dos seus melhores amigos (e respectivas esposas). À hora de almoço, para grande surpresa dos seus pais, apareceu em Podentes, para partilhar e celebrar a grande novidade. Os avós Alice e Manuel tiveram uma enorme surpresa e a “avó das sopas” rapidamente preparou uma refeição para o jovem político e seus amigos. Naquele tempo, sem luz, sem frigorífico e sem outras “modernices” dos tempos actuais, não era muito fácil improvisar uma refeição. Tudo se arranjou e tudo correu muito bem.

Acredito que muitos dos meus leitores estão mais habilitados do que eu para falar (e escrever) sobre o exercício do meu Pai como Presidente da Câmara Municipal de Penela pois, eu não sou desses tempos. Tenho apenas uma certeza: não foi fácil gerir os destinos de um concelho com tão pequenos recursos e tão grandes necessidades.

A Família: a nossa história de família tem a sua origem em Penela. A Rosarinho e o Augusto viriam a conhecer-se quando a minha Mãe foi estagiar para a “nossa” vila e ai conheceu o Sr. Presidente. Ás vezes, dou comigo a pensar: “…se o Papá tivesse ido para Miranda eu não estaria aqui.... ou, se calhar, se o Papá tivesse ido para Miranda a Mamã teria ido para lá estagiar…”. Estava “escrito” que a Rosarinho a o Augusto teriam que se encontrar! Tenho a grande alegria de poder pensar (e escrever) que os meus pais viveram 40 anos de uma grande Amizade e de muito Respeito. O seu projecto de vida “nasceu” em Penela…

O Orgulho: o Avô Manuel, a Avó Alice, o Padrinho Padre, a Mamã Rosarinho, a mana Rosarinho, a mana Alicinha, o sobrinho Manuel, o sobrinho Tiago, a sobrinha Maria e eu, sentimos um grande orgulho por o Filho, o Afilhado, o Marido, o Pai e o Avô ter servido o concelho de Penela. Parabéns, Sr. Presidente.