O vestido e…os museus
Acudam-me, preciso de um vestido!
Dentro de duas semanas irei ao Casino Estoril para a Gala com a qual sonho há um ano: vou receber o diploma do meu Mestrado Executivo. Muitas cadeiras depois, chegou a hora de celebrar “em grande”.
A escolha da roupa para aquela noite já deu umas belas gargalhadas…
O plano A era utilizar um vestido daqueles que foram aos casamentos dos meus amigos, há muitos anos atrás. (As minhas “fardas”, como lhe chamava o Pai Augusto). Clarita, passaram uns anitos e já não cabes dentro de nenhum deles. As Marias e eu rimo-nos a valer quando, depois de ter entrado num dos vestidos, quase não consegui sair. O plano B era giro: pedir à mana Alice para ir receber o diploma no meu lugar. Tenho a certeza que a maior parte dos professores e dos meus colegas não notariam a diferença. Tenho a certeza que a mana Alice tem muita roupinha “à maneira” para estes momentos mais formais. Com este plano também já me ri. Clarita, és tu que tens que ir receber este prémio! O plano C é fazer um vestido novo, onde eu entre e saia sem que ninguém se rebole no chão a rir. Este vestido vai ser feito em tempo record e vai implicar a ajuda de muita gente: uma Mãe que comprará o tecido, uma modista que irá costurar em “velocidade de corrida” e uma amiga que transportará o vestido para Lisboa. No meio disto o meu corpinho irá duas vezes as Coimbra: para as medidas e para a prova. Uff!!!
Já sei que no final tudo vai correr muito bem mas, também é verdade que esta gala está marcada há muito tempo e, neste momento, já não precisava de estar a “sofrer” com a “farda”.
Antes de ter tomado a decisão de mandar fazer um vestido fui a muitas lojas procurar roupa para a festa. No último fim-de-semana fiquei em Lisboa para ir às Amoreiras e ao El Corte Inglés. Em conversa com a Mãe tinha-lhe dito: “Vou ficar em Lisboa e de certeza que encontrarei uma roupa maneirinha”. Eu não estava muito convencida do que estava a dizer e a minha Mãe também não devia estar muito convencida do que estava a ouvir. Ainda fui às Amoreiras e como não encontrei nada que me agradasse acabei por passar mais tempo em livrarias do que em lojas de roupa. Fiquei actualizada sobre as últimas novidades de livros e muito feliz por isso. Quando fui ao El Corte Inglés, estava fechado. A verdade é que se não estivesse era mais provável que de lá tivesse saído com um livro do que com qualquer nova peça de roupa. Na noite de Domingo, quando falei com a Mãe, disse-lhe: “Ainda não tenho roupa mas vi livros muito giros”. A minha Mãe, como já me conhece, limitou-se a rir. Se eu pudesse ir à festa do Casino com as minhas calças de bolsos e sapatilhas, estaria muito feliz!!! (E de vestidinho, também estarei).
Hoje, no final do trabalho, fui a um centro comercial em Oeiras. De novo, à procura de roupa. Ainda entrei numa loja e vi uns “trapos” e como já eram horas de comer interrompi a tarefa para jantar. É fácil adivinhar que no final da refeição já era tarde para andar às compras e por isso… fui a uma livraria. Ali, enquanto via alguns livros que estavam em destaque, escutei um desabafo: “Isto é a pior canalha que por cá passou. Reduziram-me a pensão, os medicamentos aumentaram e agora não posso comprar nada”. Este senhor tinha acabado de ver o preço de um livro que parecia interessar-lhe: 35€! Eu…já nem olho para os preços dos livros. Para mim as livrarias transformaram-se em museus: entro, vejo os livros e não compro nada. Como museus, as livrarias agradam-me porque não se paga nada à entrada.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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