segunda-feira, 26 de abril de 2010

Lembretes 60 – Clara 0

De hoje não passa, pensei. Hoje vai sair o texto sobre os lembretes. (Diz que este texto é uma espécie de lembrete em tamanho gigante!). Lembretes?! O que é isso? Pois bem, são pequenas notas que vou escrevendo no telemóvel (constantemente). São o que poderei chamar um “auxiliar de memória”.

Às vezes (?) parece-me que sou de extremos. Ao mesmo tempo que tenho uma velhinha TV a preto e branco gosto muito de “gadgets” (as ultimas novidades da tecnologia). Gosto de um telemóvel de última geração, gosto do portátil mais moderno e gosto da última novidade em consolas para jogar. Sempre que mudo de telemóvel tenho que fazer aquela pergunta: dá para escrever lembretes? Antes de saber como se fazem e recebem chamadas, antes de saber como se tiram fotografias quero saber como se escrevem (e gravam) os lembretes. Como estou sempre a escrever no telemóvel toda a gente pensa que passo a vida a enviar mensagens. Não, meus amigos, estou apenas a escrever novos lembretes, a mudar lembretes de dia e a apagar lembretes. Ás vezes o pré-caos instala-se. Como aconteceu esta manhã. Preparo-me para enfrentar um Sábado com 60 lembretes pela frente. É verdade, são 60 e o meu pânico é que até poderiam ser mais. Esta situação requer medidas drásticas e completamente anti-lembrete. Organização, precisa-se! Dediquei uns minutos (vários) a tomar nota de todos os lembretes numa folha de papel. Volto ao modo pré-tecnologia e deste modo tomo consciência que tenho lembretes que andam a mudar de dia há meses (daqui a pouco há anos!), tomo consciência que alguns lembretes estão escritos mais do que uma vez (é mesmo para não esquecer!) e tomo consciência que alguns lembretes são um sonho (impossíveis de concretizar!). Depois de cumprida esta nobre tarefa fico apenas (?) com 14 lembretes para o dia de hoje. Dos 46 restantes a grande maioria mudou de dia (infelizmente irei reencontrar-me com alguns amanhã) e uma pequena quantidade foi apagada (difícil acto de humildade).

Nem tudo isto é mau. Tenho que confessar que alguns dos lembretes que encontrei esta manhã me fizeram rir com muita vontade. Procurar cadernos da casa Firmo (ando sempre à procura de cadernos do antigamente para escrever os meus apontamentos); Passar na baixa com a máquina fotográfica (para não me esquecer que gosto de fotografar); Fazer listagem de todos os meus livros (este lembrete corre o risco de passar de dia para dia até à minha reforma); Fazer back-up do computador (receio que algum dia me vou arrepender de não o ter feito); Atenção ao desconto do Continente (não posso deixar passar a oportunidade de repor os stocks com desconto); Andar de bicicleta (só ao fim-de-semana consigo fugir da bicicleta do ginásio); Pagar telefone (não gosto nada deste lembrete); Enviar texto para a próxima semana (“O Despertar” também é estrela dos meus lembretes); 2ª feira Porto, 3ª feira Aveiro (lembrete para me recordar para onde deve ir o carro na 2ª feira de manhã); etc.

Frequentemente, quando estou a falar com alguém, tenho um momento de fraqueza e digo: …vou escrever um lembrete. Os meus amigos já se “escangalham a rir”. Mais um, pensam. Estarei eu já naquele ponto em que preciso de um lembrete que diga: ler lembretes?! Ou estarei eu naquele ponto em que preciso de um lembrete a dizer: não escrever (mais) lembretes?!

Sem comentários:

Enviar um comentário