segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aprender a Aprender

Antigamente era assim… na noite de 5 de Outubro não dormia, tal era o entusiasmo com o recomeço das aulas, no dia seguinte. O reencontro com os amigos, muitos dos quais não via durante os meses de verão, enchia-me de alegria. Naquela noite sonhava (acordada) com as brincadeiras, com os jogos de futebol e com as aulas. Sim, sempre gostei de aprender coisas novas. Naquele tempo a viagem de casa para o colégio era já uma festa: 5 crianças no carro e o Augusto a “cantar” o Teorema de Pitágoras: “Pitágoras disse um dia a seus netos que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos…”. Como era a mais nova de todos fui eu quem mais escutou o teorema e quem melhor estava preparada para o cantar na aula de matemática. Nunca mais esqueci aquele “brilharete”! Naquele tempo o Augusto não se cansava de me relembrar a importância do Inglês e dos Computadores. Eu não conseguia evitar pensar: “Porque é que o meu Pai é diferente? Não basta aprender Matemática e Português?”. Não, não bastava e hoje continuo a agradecer ter um Pai diferente. (Acho que hoje me diria: Chinês e Playstation). Graças ao Inglês fui para a “Casa de Inglaterra”, onde haveria de fazer muitos (e bons) amigos. Só graças ao inglês foi possível mais tarde ir estudar para a Escócia e graças ainda à familiaridade com esta língua tem sido possível trabalhar em empresas multinacionais e em diversos países. Graças à informática tive o velho Spectrum com que me divertia muito a jogar. LOAD “ ” ENTER era a porta que abria a diversão. Tive também uma passagem muito rápida pelo piano onde se viu (e ouviu) o meu talento-zero e acabaria por me render à viola, o que tinha muito mais a ver com o meu gosto pelas músicas do Zeca.

Hoje é assim…estou de volta à “escola”. Porque acredito que aprendemos até ao último dia das nossas vidas, estou de regresso à universidade com um objectivo muito simples (?!): Aprender a Aprender. Esta é apenas mais uma etapa do grande desafio que é Aprender a Viver. 22 anos depois do meu ingresso no ensino superior, estou de volta para fazer uma mestrado na área de marketing. No dia em que soube que tinha sido admitida fiquei, simplesmente, radiante. Este é um sonho antigo que me parecia difícil de iniciar (de terminar…já veremos). Como disse uma das minhas amigas: “Só de entrares na universidade vai parecer-te que tens 20 anos menos”. É verdade e… é muito giro. Esta é a primeira vez que serei “trabalhadora-estudante”. Desde sempre respeitei muito quem trabalha e estuda mas, agora “sinto na pele” o espírito de sacrifício que é preciso ter para além da capacidade de desligar o “botão trabalho” e ligar o “botão aula”. Agora, de 2ª a Sábado, cada minuto vale (ainda mais) ouro. O grande desafio é não falhar com a família, os amigos, o trabalho, O Despertar, o basquetebol, etc., etc., etc.;

Neste momento tenho apenas uma certeza: vou dar o meu melhor para Aprender a Aprender.

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