segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Mala

Nestas minhas limpezas de primavera (sim, eu também faço limpezas!!!) reencontrei uma mala para a qual já não olhava há alguns meses. A minha mala, marca Modarte, foi comprada há 20 anos na nossa baixa e foi um presente do Augusto e da Rosarinho. Esta foi a minha primeira mala. Já era crescida! Preparava-me, naquele verão, para uma das aventuras mais giras da minha vida: ia viver um ano lectivo em Glasgow (Escócia), graças a uma bolsa erasmus.

A mala tem uma cor que hoje me parece estranha (“cor de vinho”) e não me recordo se esta cor foi escolha minha ou foi uma escolha da “limitação de stock”. A mala é muito grande. Não faço ideia de qual é a sua capacidade mas tenho a certeza que algumas vezes ela deve ter pesado quase tanto como eu (peso meu de há 20 anos!). A minha mala e eu fizemos muitas e giras viagens ao longo dos anos: Escócia, Holanda, Espanha, França, Estados Unidos, Alemanha, Grécia, etc.. Pelo menos duas vezes perdemo-nos no aeroporto: algures no Reino Unido e algures na Alemanha. Pelo menos duas vezes achei que nunca mais nos veríamos e o que levava dentro, naquela altura, fazia-me muita falta. Recordo com um sorriso (para não assumir a minha gargalhada) as 24 horas que passei dentro de um quarto, no Hotel Intercontinental em Atenas, com um “luxuoso” roupão vestido, enquanto “sonhava” com a minha mala. Passei muito daquele tempo com o portátil ao colo, enquanto via episódios da série 24.

A minha mala está agora na pré-reforma. As suas rodas fazem agora muito barulho mas, já andam pouco. Por esta razão não me imagino a voltar a pegar-lhe quando está cheia (o meu cotovelo direito e as minhas costas queixar-se-iam, ao contrário do que acontecia há 20 anos). A minha mala está agora cheia de recordações e hoje é “homenageada” nas páginas de “O Despertar”. A minha mala, de marca portuguesa, provou que era (e é) de muito boa qualidade e mereceu o que custou. Fica aqui feita a promessa que, brevemente, voltará a viajar comigo nem que seja para levar apenas 1 livro lá dentro.

Esta tarde, quando reencontrei a minha mala, limpei-lhe o pó e pensei: será possível amá-la?!

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